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Astrócitos.

As microglias são os macrófagos residentes no sistema nervoso central. Estas células de origem mesodérmica/mesenquimal migram para todas as regiões do sistema nervoso central, através de difusão do parênquima cerebral, e adquirirem um fenótipo específico de morfológica ramificada denominada de "microglia de repouso."

 

Estudos recentes indicam que, mesmo no cérebro normal, a microglia têm processos altamente móveis, pelos quais elas “tateiam” seus domínios territóriais. Por um grande número de vias de sinalização, elas podem se comunicar com outras células da glia, com neurônios e com células do sistema imune. Da mesma forma, as células da microglia expressam receptores classicamente descritos para comunicação específica do cérebro, os receptores de neurotransmissores, e também receptores presentes em células imunes.

 

As microglias são consideradas o alarme mais sensível da patologia cerebral. Em caso de qualquer detecção de sinais de lesões cerebrais ou disfunção do sistema nervoso, elas passam por um processo de ativação complexo, de múltiplos estágios que as convertem em "microglia ativada." Esta forma tem a capacidade de libertar um grande número de substâncias que podem atuar prejudicial ou beneficamente para as células vizinhas. As microglias ativadas podem migrar para o local da lesão, onde proliferam, e fagocitam as células.

As células de defesa do encéfalo.

Por: Michael Luiz.

Células da microglia na forma amebóide (vermelho) dentro do SNC, e a direita desenho da forma em repouso, caracterizada por multiplos processos (prolongamentos e ramificações).

Autores: Carbonell W, Murase S, Horwitz A, Mandell J.

Microglia.

Embora pareça provável que a microglia ramificada também contribuía para o bem-estar dos neurônios, essa visão "neuro centríca" pode subestimar a importância do apoio neuronal da microglia. No entanto, a microglia amebóide é pensada para ter uma função crucial no cérebro em desenvolvimento em virtude da remoção do grande número de células no neocórtex que morrem no decurso da remodelação normal do cérebro do feto.

 

Em resposta a uma variedade de insultos no SNC, tais como a invasão microbiana, as microglias ramificadas possuem a capacidade não só de alterar drasticamente a sua morfologia de formas reativas ou ameboides, mas também para rapidamente aumentar o número de receptores, além de produzirem uma miríade de produtos secretórios que são pensados para contribuir para a defesa contra danos ao cérebro infectado.

 

Veja também

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Entrevistas

Sugestões de leitura

Role of Microglia in Central Nervous System Infections.

[Clinical Medicine Reviews.] 2004.

Autores: Bryan Rock e colaboradores.

Physiology of Microglia.

[Physiological Reviews.] 2011.

Autores: Helmut Kettenmann e colaborades.

Microglia em vermelho, entre processos de glia radial.

Author: Wang M, Ma W, Zhao L, Fariss R, Wong W

 

Microglia em repouso

É distribuida amplamente pelo encéfalo, sendo diferente da forma amebóide (progenitor) por apresentar pequenos prolongamentos.

Microglia 

distrófica

É a célula da microglia que entra em estado de quiescência, ou seja, fica "adormecida", sem fazer a função de patrulhamento da forma em repouso.

Microglia em

ativada

 

Ocorrem em estados patologicos, mas nem sempre são fagóciticas.

Microglia em fagocítica

Nesse estado, a microglia emite projeções que ao envolverem as células a serem degradadas parecem bolsas.

Microglia

perivascular

É a classificação dada as células da microglia que

ficam muito próximas dos vasos sanguíneos.

FUNÇÕES

Atuam na defesa do cérebro

As células da microglia são umas das primeiras linhas de defesa do sistema nervoso central (SNC) contra lesões e doenças. Elas ficam espalhadas pelo encéfalo e podem adotar diferentes formas dependendo se existem ou não uma inflamação. Geralmente elas ficam no estado de repouso, porém quando substâncias inflamatórias ou sinais de morte celular programada (apoptose) estão presentes em alguma região do encéfalo, elas passam do estado reativo, para o estado ativado, e com isso migram rapidamente para o local. Caso seja necessário, as células da microglia ainda podem adotar uma terceira forma para resolver o problema encontrado, a forma fagocítica. Nesta forma, ou estado, ela e capaz de fagocitar (comer) células ou processos que não são mais necessários, que possam estar causando problemas, ou que tenham sido sinalizados para serem degradados.

The defense exerted by microglia is critical to the health of the brain.

fonte: http://pixabay.com/.

Astrocytes give rise to new neurons in the adult mammalian hippocampus.

[J Neurosci.] 2001. Autores: Seri B e colaboradores.

Influênciam e regulam as sinapses

As sinapses são as regiões de contato entre dois neurônios, onde eles trocam informações por meio da liberação de moléculas chamadas de neurotransmissores, e existem bilhões delas no SNC. Essa região se dá pela aproximação de um axônio de um neurônio pré-sináptico com o dendrito de um neurônio pós-sináptico, e essa região é chamada de fenda sináptica.

 

Entretanto, não só de neurônios são formadas as sinapses. Estudos já tinham mostrado que astrócitos fazem parte de sinapses, sendo essas sinapses chamadas de sinapse tripartite, mas agora estudos também apontam que as células da microglia também  interagem com as sinapses, emitindo processos que ficam em contato com elas e respondendo a liberação de neurotransmissores. Em virtude dessas descobertas, alguns pesquisadores já levantam o conceito de sinapse quadripartite.

 

Não somente participando da atividade das sinapses, as células da microglia também participam no processo de plasticidade sináptica, degradando sinapses que não são funcionais, sem matar os neurônios que participam dessas sinapses, isso graças a liberação de moéculas por parte dessas sinapses inativas que atuam como sinalizadores para as células da microglia.

Synapses between neurons are strongly modulated by astrocytes. fonte: http://commons.wikimedia.org/.

The "quad-partite" synapse: microglia-synapse interactions in the developing and mature CNS.

[Glia.] 2013. Autores: Schafer D.P., Lehrman E.K. and Stevens B.

A role for microglia in synaptic plasticity?

[Commun Integr Biol.] 2011. Autores: Marie-Ève Tremblay and Ania K Majewska.

Sobre o autor: Michael Luiz é atualmente é aluno de Doutorado pelo FISCLINEX (2012-atual), atuando na investigação da programação metabólica e seus efeitos na neurogênese e gliogênese.

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