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Por: Michael Luiz.

O que são células da glia?

 

Hoje, são conhecidos dois conjuntos de células que formam o sistema nervoso dos vertebrados: os neurônios, que são as células mais conhecidas, e as células da glia, que são as menos populares. Apesar disso, as células da glia são quase 10 X mais em quantidade do que os neurônios, além de serem extremamente plásticas, participarem na regulação de diversas funções biológicas, modularem as sinapses e estarem alteradas em várias doenças neurodegenerativas (como Esclerose Lateral Amiotrófica; Doença de Parkinson; Doença de Huntington; Doença de Alzheimer e Epilepsia, dentre outras).

As células da glia foram inicialmente vistas em 1824 pelo físico Frânces, Rene Dutrochet, e nomeadas mais tarde pelo patologista alemão Rudolf Virchow em 1856, sendo inicialmente chamadas de “nevernkitt”, depois de "cola de nervo" e mais tarde neuroglia (para os mais íntimos só glia). Inicialmente, muito se debateu sobre a origem e classificação das células das glia, e esse debate contou com nomes como Golgi (1885), Weigert (1895), Cajal (1913), Del Rio-Hortega (1920). Ainda hoje debates ocorrem a respeito das células da glia.

Veja também

Ramon e Cajal

Golgi

Del Rio Hortega

Weigert

Elas são divididas basicamente em microglia (células de origem mesodérmica) e macroglia (células de origem ectodérmica). As células da microglia vem da corrente sanguínea e invadem o SNC, onde podem adotar várias formas (arborizadas, pouco ramificadas ou arredondada), cada forma tendo uma função. As células da macroglia, por outro lado, são todas de origem da crista neuronal, e são dividas em oligodendrócitos, ependimócitos e células da linhagem astroglial, onde ainda temos astrocitos, glia radial, tanicitos, glia de Bergmann, a glia de Müller e pituicitos. 

Cada uma destas células tem funções específicas, e várias outras que ainda estão sendo descobertas e corroboradas

O envolvimento delas na modulação de sinapses, liberação de neurotransmissores e alterações em doenças neurodegenerativas, as coloca como o próximo degrau a ser escalado no conhecimento do encéfalo, e tanto a alta diversidade de forma com de função que elas apresentam, levam alguns pesquisadores a acreditarem que o melhor conhecimento destas células possa levar a avanços significativos no tratamento de doenças neurodegerativas.

Muito já foi estudado sobre os neurônios, desde a migração de progenitores a partir de nichos neurogênicos, a formação e condução do potencial de ação, o transportes de vesículas pelo axônio, a liberação de neurotransmissores, a transmissão sináptica, mas ainda há muito a ser descoberto sobre as células da glia e essa ainda é uma longa estrada a ser percorrida.

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Entrevistas.

Sugestão de leitura.

Glial cells and chronic pain.

[Neuroscientist.] 2010.

Autores: Gosselin e colaboradores.

Um cordial abraço! Venha se aventurar no mundo da glia.

 

                                                                                                         Michael Rocha.

Sobre o autor: Michael Luiz é atualmente é aluno de Doutorado pelo FISCLINEX (2012-atual), atuando na investigação da programação metabólica e seus efeitos na neurogêneses e gliogênese.

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